Trabalhar
na perspectiva da inclusão, no meu ponto de vista, é bem mais amplo do
que se espera ver nas pesquisas e nos resultados, que nos oferecem
dados, mas não dão clareza suficiente do que é melhor ou o que pode ser
melhor para a educação.
Entendo que avançamos no conceito de Inclusão. A integração dos
alunos ainda é existente no nosso meio, mesmo que essa seja chamada de
inclusão. O que vemos em alguns lugares é que o AEE e a educação
especial, que são os fomentadores da Inclusão trabalham como os agentes
da exclusão, separando o aluno da sala de aula e não permitindo que este
socialize e interaja com seus pares. Porém a vertente que pretende
acabar com a escola especial me é também cruel. A inclusão deve ser
vista caso a caso, passo a passo, nota a nota, progresso a progresso.
A educação especial, no meu ver, deve deixar de ser evento especial e
se tornar educação inclusiva. Para todos. Deficientes ou normais. Com
síndromes, transtornos ou falta de perspectivas escolares. O conceito de
Escola comum deve ser associado ao Comum de Comunidade, comum a todos,
não ao conceito de algo que não seja incomum, ou raro. Por isso
precisa-se fortalecer o trabalho da proposta da Inclusão, ampliando o
AEE não como um profissional, mas um corpo de profissionais, como também
preparar professores em aceitar e oferecer sua didática a esse alunado,
fazendo-os acreditar que é possível.
Na analise das pesquisas observei vários municípios. Florianópolis,
um de São Paulo, Manaus, Goiânia. Observamos que o Rio de Janeiro é um
município enorme e possui uma rede muito grande, comparado a outros
municípios. Porém a pesquisa afirma que a maioria das pessoas afirmam
que as SEM atendem a demanda. Precisamos saber que demanda é essa
também. A pesquisa de Manaus aponta o contrário do que diz Florianópolis
e São Bernardo do Campo. A Demanda é aquém e faz-se necessário ter mais
salas de Recursos.
Questão que ficou claro a semelhança entre as pesquisas analisadas é
que a Educação necessita de parcerias com a comunidades e outras
esferas, como a clínica. Ponto pacífico é que a maioria dos alunos
matriculados frequentam o a SEM no contraturno, existindo a frequência
no turno letivo em alguns casos de necessidade ou escola de turno único,
conforme esclarece o Decreto n° 6.252, de 13 de novembro de 2007.
Outro ponto pacífico é que a proposta de Inclusão e o AEE devem
estar presente no PPP da escola. São Bernardo do Campo e Florianópolis
precisam investir mais nisso como diz o Art 10 da Resolução nº4, de 2 de
outubro de 2009.
Conforme decreto nº 7.611/2011: Cabe à União apoio técnico e
financeiro aos sistemas públicos de ensino, para que possa, dentre
outras ações, garantir a adequação arquitetônica de prédios escolares
para acessibilidade (Art 5º §2º V). Em todos os municípios encontramos
algumas falhas na acessibilidade. Não sei informar se em virtude da
variedade de especificidades dos alunos que cada dia precisam de
adequações diferentes mediantes deficiências e síndromes diversas, ou se
verdadeiramente é falta de investimentos e ainda temos a visão do
deficientes trancado em casa, reflexo de como a sociedade vê essa
inclusão, não só escolar, mas social.
Como resposta positiva da pesquisa temos a certeza que a proposta da
inclusão com o oferecimento do AEE melhora (e muito) o desempenho dos
alunos, mesmo com falta de materiais e adequações. O trabalho
complementar e suplementar de “acreditação ” do profissional que se
propõem a dirimir as barreiras do aluno é o tempero que faz toda a
diferença e muda a história destes alunos, ainda marginalizados, mas
alcançando novos níveis e perspectivas sociais.
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